terça-feira, 17 de junho de 2014

PEQUENOS GESTOS

Hoje andei conversando cá com meus botões e percebi que as pessoas valorizam muito os pequenos gestos. Um afago, um abraço apertado, um elogio, enfim... Aniversariei há uns dias e essa data não tem muita importância pra mim, não mais. Quando a gente é criança, um aniversário é sinônimo de felicidade: bolo, amigos, presentes! Hoje em dia até esqueço que é meu aniversário. Mas nesse ano, em especial, um pequeno gesto me fez entender muita coisa do meu passado. É bem verdade que esse pequeno gesto veio acompanhado com uma quantia boa em dinheiro. Recebi da minha mãe uma caixinha com uma carta e a "quantia". Assim que passei os olhos na carta me deparei com o nome do meu avô e meus olhos já teimaram em derramar lágrimas. Não sei porque, mas o nome do meu avô me emociona. Mas vamos lá. Lendo a carta, minha mãe me explicava numa linguagem simples e sentimental, coisa que quase nunca ela faz, pelo menos comigo, um pouco da minha infância, sua gestação difícil, o fato de eu ter sido um bebê que falou muito cedo e as lágrimas então se tornaram um rio. Lendo, fui entendendo e me colocando no lugar dela. Não tenho  um relacionamento muito bom com minha mãe, mas me colocando em seu lugar, consegui esclarecer algumas dúvidas, que nem psicólogos e psiquiatras e caixas de Rivotril não conseguiram. Esse pequeno gesto me curou. Estou curada de uma mágoa longa demais, por causa de um pequeno gesto. A lição é: Vou praticar muito mais pequenos gestos, quem sabe as pessoas possam me entender melhor através deles.

Ouço como nenhuma outra voz, os grandes dizeres, em pequenos gestos.
Kléber Novartes

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