terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Pra sempre

Sua voz é inconfundível. Forte, rouca e marcante. Hoje não tanto mais. Lembro-me de quando brincávamos juntas, de boneca. Quando ela prendia bobs em seu cabelo eu pedia para prender no meu cabelo também. E sempre era uma briga, porque os meus bobs ficavam frouxos. Rs. Lembro-me de quando éramos só ela e eu. Ela era só minha e eu era só dela. Mais ninguém.
Deixava eu fazer tudo o que queria, brincar com suas panelas, com suas colheres de pau, mas não com suas maquiagens e seus sapatos.Deixava eu amarrar meu tênis com o cadarço errado, de trás pra frente, deixava colocar a roupa que eu quisesse, amarrava meu cabelo pra trás, fazia touca em meu cabelo e colocava uma meia na minha cabeça e eu achava isso o máximo!Viajávamos juntas e lembro de uma vez que eu estava com sede no ônibus e, como estava chovendo, eu queria aparar a chuva lá fora e beber a água. E ela dizia: " Não dá!" Lembro das pintinhas em seu colo quando ela me pegava no colo e me embalava pra eu dormir...Pele macia, aconchegante. Nos separamos várias vezes: pra ela estudar, pra eu estudar...agora nos separamos para sempre, ou talvez não. Não sei... Hoje quando a vi, senti uma pessoa frágil, de olhar cansado, trêmula, que chora à toa. Uma mulher bonita, mas descuidada e sem muitos planos, mas bonita como sempre. A pele continua macia, gosto quando ela me toca. Não tenho coragem pra dizer a ela o que sinto por ela, mas sinto...

Um comentário:

  1. ai, já to chorando. Vocês não vão se separar NUNCA, não há reencontros, porque não há separação. saudade irmã.

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